“Quando estou no mar com minha prancha, parece que o planeta todo é feito de água salgada. Nada mais parece existir. Preocupações, medos e qualquer coisa que esteja atrapalhando desaparecem”.
Foto: Arquivo Pessoal / Alexandre Canavarro
É com o depoimento de um bodyboarder espiritualizado pelas ondas que seguimos com a série Meu Foguete. Essa é a vez do brother Alexandre Canavarro, que pega onda há mais de 25 anos. Na vida dele, se pranchas fossem filhos, a casa viveria cheia:
“O bodyboard ocupa boa parte dos meus pensamentos diariamente. É alegria, energia renovada, saúde. Acho que já fiz umas 6 ou mais pranchas com o Kung, todas personalizadas. Algumas Bat Tail, outras Crescent Tail… Isso me fez evoluir muito no esporte, porque uma prancha feita sob medida facilita a execução das manobras”.
– Alguma dica pros novatos?
“Primeiro, o importante é entender em que fase do esporte a pessoa tá. Conforme a gente evolui tecnicamente, queremos mais velocidade, uma prancha mais específica pras ondas cheias ou buraco… O melhor é bater um papo com quem entende de prancha.
– As suas têm nome?
“Nunca tive esse costume… Mas cuido muito bem delas, com água doce depois de usar, sempre na sombra, local fresco… e em casa elas ficam deitadas! Quase todo mundo que pega onda tem um pouco de ciúmes da prancha, né? Mas com a idade isso vai diminuindo… Hoje, se pedirem emprestado, eu empresto, mas sob minha vista e supervisão, até porque as pranchas que encomendei do Kung merecem; sempre foram verdadeiros foguetes!”
– Fale mais disso. xD
“O Kung tem muito tempo de onda. Isso gera mais sensibilidade… a comunicação com o bodyboarder fica melhor, porque às vezes não sabemos traduzir tecnicamente o que esperamos da prancha. Minhas últimas foram feitas especialmente pra uma viagem à Indonésia, são duas máquinas de pegar onda!
– E quando cai no mar, é só alegria…
“Pra falar a verdade, não vem quase nada na cabeça quando tô na água, e isso é uma benção! Agora, sobre sentimentos… São muitas coisas boas! Relaxamento, felicidade, paz e euforia!
– Sabemos, sabemos. É mesmo de lavar a alma. 😉