O Brasil produz, em média, pouco mais de um quilo de lixo por dia nas grandes capitais. Em dias quentes, principalmente, uma parte dessa produção se perde nas areias das praias de cidades litorâneas, que se distribuem entre os quase 7,5 mil km de costa brasileira. E se isso é um problemão para nós, imagina para a natureza? Quem mais sofre com o descaso é a fauna local, mas os lençóis freáticos também podem se contaminar.
Por isso, ultimamente, cada vez mais cresce o número de iniciativas para alertar sobre a importância de se conservar as areias branquinhas. No Rio, por exemplo, o instrutor de mergulho Dudu Lima dá o exemplo. Apaixonado por praia que é, o carioca reserva boa parte da sua rotina para catar lixo das praias. Simples assim. E sabe o que ele encontra? Centenas de microlixos em pouco menos que 100 metros caminhados.
Parece absurdo? Há um mês a Comlurb deixou de catar o lixo da praia de Copacabana durante o dia. À noite, os garis se reuniram para realizar um mutirão e contabilizar quanto, afinal, o carioca produz de lixo em um dia de fim de semana de sol. Quarenta toneladas foi o resultado, que formou uma grande montanha de lixo exposta por um dia na orla do bairro. A campanha de conscientização foi resultado uma parceria entre a própria Comlurb e o Rio Eu Amo Eu Cuido realizada no dia de São Sebastião e levava os dizeres “Se o carioca fizer a sua parte, todo o Santo ajuda”.
No carnaval, a capital fluminense recebe turistas de todos os lugares do mundo e a quantidade de resíduos diária quase triplica. No sábado, dia 01 de março, foram recolhidas mais de 100 toneladas de lixo na cidade do Rio. O número, assustador, se torna ainda mais preocupante com a decisão dos garis de entrar em greve. Por isso é ainda mais importante fazermos nossa parte, recolhendo nossos resíduos e optando, sempre que possível, por utensílios não-descartáveis.
O Instituto Ecológico Aqualung, assim como o Dudu, também se preocupa com os microlixos, aqueles que são tão pequenos que se perdem com facilidade na areia. Além de organizar mutirões com centenas de colaboradores, eles também capacitam voluntários para coordenar os projetos de acordo com Normas Internacionais de Cuidados com os Voluntários. Por lá já passaramn mais de 10 mil catadores voluntários e 200 coordenadores capacitados.
É tanta gente começando a entender que praia boa é praia limpa que a gente tem certeza que essa corrente só tende a aumentar. Se você quer fazer parte dessa trupe, fica ligado que a gente pretende dar várias dicas por aqui. E, claro, não esquece seu saquinho de lixo na próxima praia!